A primeira noite do festival Vozes na Fronteira, no sábado (3), em Porto Murtinho, realçou mais uma vez o talento dos artistas regionais e a diversidade de ritmos da música influenciada pelas fronteiras. Foram mais de seis horas de show na Praça de Eventos da cidade banhada pelo Rio Paraguai. Neste domingo, o segundo e último dia da celebração da latinidade começa às 16h com quatro apresentações, dentre elas o cantor e compositor Carlos Colman.
O festival é uma realização da prefeitura de Porto Murtinho, como parte da programação dos 111 anos do município, comemorado dia 13 de junho, com apoio do Ministério da Cultura, por meio de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet. O prefeito Nelson Cintra anunciou que o Vozes na Fronteira fará parte do calendário anual de eventos da cidade e a partir do próximo ano será ampliado, com a participação dos países vizinhos.
A música genuína sul-mato-grossense, que recebe influências marcantes do Paraguai, ecoou pela Praça de Eventos, emocionando músicos e o público. Abrindo o show da primeira noite, o Grupo Vozes fez uma apresentação impactante, mesclando clássicos regionais, MPB e músicas autorais do cantor, compositor e produtor Odon Nacasato. “Fizemos acontecer, depois de muita luta, e estou deixando meu coração em Murtinho”, disse Odon, produtor do festival.
Musicalidade aflorada
A reunião de autênticos representantes da música regional, mesclada pelo sertanejo raiz, o ecletismo e as influências fronteiriças, com a presença de grandes instrumentistas, como Marcelo Loureiro e Aurélio Miranda, ficará eternizada com a gravação de um DVD com 22 músicas. A estrutura montada conta com seis câmeras, sendo duas gruas, uma iniciativa ousada da prefeitura, segundo Odon Nacasato, em favor da difusão da cultura local.
As emoções da primeira noite começaram com as apresentações dos projetos sociais voltados para a cultura desenvolvidos pela secretaria municipal de Assistência Social, que tem a frente a primeira dama do município, Maria Lucia Ribeiro. A Orquestra de Violões e o Coral de Meninas Cantoras, formado por crianças e jovens, revelou a musicalidade da fronteira. “Estamos plantando uma nova esperança, abrindo horizontes para esses jovens longe das drogas”, disse a secretaria.
A participação dos instrumentistas Marcelo Loureiro e Fábio da Harpa, com grande performance no palco, mostrou que, cada vez mais, o uso dos recursos tecnológicos vem aprimorando e enriquecendo a harmonia e a base, como pedais e complementos de arranjos. Loureiro mostrou seu ecletismo, entre violão, viola, charango e harpa. “Estar aqui na beira do Rio Paraguai enche a nossa alma”, disse o músico, que nasceu na fronteira (Bela Vista).
O primeiro dia do festival foi encerrado às 2h40 de domingo com Girsel da Viola e grupo, animando o público a dançar em frente ao palco com clássicos sertanejos, chamamé e solos de viola. Neste domingo, se apresentarão: Maria Cláudia e Marcos Mendes, Carlos Colman, o violeiro Aurélio Miranda e acordeonista Rodrigo Nogueira e grupo. “Foi uma noite de grandes emoções, o Vozes na Fronteira veio para ficar”, decretou o produtor Odon Nacasato.